O mercado de criptomoedas segue instável diante das cifras que envolvem a falência da FTX, uma das maiores corretoras de criptoativos do mundo. A empresa, que entrou com pedido de falência nos Estados Unidos na semana passada, deve US$ 3,1 bilhões para os 50 maiores credores – dois deles tem até US$ 200 milhões pendentes. Ao todo, mais de 1 milhão de clientes e consumidores, além de empresas, também fazem parte dessa lista – o que pode elevar a dívida para US$ 8 bilhões.

“Era um grupo muito pequeno de pessoas que estavam em funções chaves da FTX, desde a parte de compliance até a área financeira. Para piorar, essas pessoas tinham pouca experiência. Agora sobre o valor da dívida ainda é difícil cravar, mas qualquer numeração que se fale em bilhões é uma cifra impressionante”, afirma o sócio da gestora BLP Crypto, Axel Blikstad.

O sócio da gestoraBLP Crypto, explica que a principal causa da falência da FTX vem da má gestão dos ativos pela companhia.

“O John Ray fez comentários de que nunca tinha visto nada igual nos últimos 40 anos da carreira dele, ou seja, tinha muita coisa esquisita. São balanços malfeitos, números escondidos, longos empréstimos entre a Alameda Research – que também é um negócio do Sam Bankman-Fried. Era dinheiro de ativos de clientes emprestados para uma empresa irmã operar no mercado. Então tinha muita coisa estranha e pouquíssimas pessoas sabiam a respeito”, afirma Axel Blikstad.

“A grande discussão agora é sobre a Genesis Global Capital – que é uma prestadora de serviço no ecossistema. Ele fez muito landing, tomou muito dinheiro para se alavancar, ou seja, utilizaram recursos de terceiros para potencializar os ganhos. Agora estão atrás desse um bilhão, mas ainda não chegaram a algum comprador ou algum credor que estaria disposto a fazer esse empréstimo com garantias”, explica o sócio da gestora BLP Crypto.

Para Axel Blikstad está muito claro que os problemas enfrentados por essas companhias estão totalmente ligados a má gestão dos recursos e que a tecnologia das moedas digitais é segura.

“A tecnologia funcionou. O Bitcoin funciona, o Etherium funciona. Todos os problemas vieram das empresas que deram muita alavancagem e estão pagando o preço. É a ganância dessas corporações que estão centralizadas em fazer muito e muito agressivamente. Isso causa um estrago quando há um movimento de mercado muito brusco, como foi o caso recentemente”, conclui.

Por Redação B3 Bora Investir

Clique aqui para conferir matéria na íntegra, com participação de Axel Blikstad, sócio-fundador da BLP Crypto.

Inscreva-se para receber nossos relatórios